domingo, 14 de abril de 2019

Em Algum Lugar nas Estrelas - Clare Vanderpool | Quatro Por 4

Título Original: Navigating Early
Título: Em Algum Lugar nas Estrelas
Livro Único
Autor(a): Clare Vanderpool
Editora: Darkside Books
Sinopse: "Em Algum Lugar nas Estrelas", da autora norte-americana Clare Vanderpool, é um romance intenso sobre a difícil arte de crescer em um mundo que nem sempre parece satisfeito com a nossa presença.

Pelo menos é desse jeito que as coisas têm acontecido para Jack Baker. A Segunda Guerra Mundial estava no fim, mas ele não tinha motivos para comemorar. Sua mãe morreu e seu pai... bem, seu pai nunca demonstrou se preocupar muito com o filho. Jack é então levado para um internato no Maine (o mesmo estado onde vivem Stephen King e boa parte de seus personagens). O colégio militar, o oceano que ele nunca tinha visto, a indiferença dos outros alunos: tudo aquilo faz Jack se sentir pequeno. Até ele conhecer o enigmático Early Auden.

Early, um nome que poderia ser traduzido como precoce, é uma descrição muito adequada para um prodígio como ele, que decifra casas decimais do número Pi como se lesse uma odisseia. Mas, por trás de sua genialidade, há uma enorme dificuldade de se relacionar com o mundo e de lidar com seus sentimentos e com as pessoas ao seu redor.

Quando chegam as festas de fim de ano, a escola fica vazia. Todos os alunos voltam para casa, para celebrar com suas famílias. Todos, menos Jack e Early. Os dois aproveitam a solidão involuntária e partem em uma jornada ao encontro do lendário Urso Apalache. Nessa grande aventura, vão encontrar piratas, seres fantásticos e até, quem sabe, uma maneira de trazer os mortos de volta – ainda que talvez do que Jack mais precise seja aprender a deixá-los em paz.




Hey, bookaholics! Como vocês estão? Hoje temos mais um post de um dos projetos mais legais que tive oportunidade participar e eu, Willy, Camila, Carla e Bia vamos dar nossa opinião sobre o livro desse mês pra vocês. Vamos lá?


Resenhas:


Opinião da Willy - Entre nos Mundos
Termômetro: Encantador
Sabe aquela leitura que parece que você faz no momento certo da sua vida? Em Algum Lugar nas Estrelas da Clare Vanderpool foi exatamente isso para mim! Falando um pouco da sinopse: Jack perdeu sua mãe e ele e seu pai mais agem como desconhecidos do que como familiar, sendo assim, o garoto de 13 anos vai para um colégio militar, onde conhece Early, um menino esquisito para todos e que diz ver cores e uma história através dos números. E é assim que Jack conhece a história do Pi e parte em uma cruzada com Early para encontrar a Ursa Maior. Em alguns momentos você pode até lembrar do livro O Pequeno Príncipe. Uma leitura singela que vai fazer você refletir, principalmente se você estiver passando por alguma mudança em sua vida.


Opinião da Mila - A Bookaholic Girl
Termômetro: Intrigante
Em algum lugar nas estrelas foi um livro que me despertou algumas reflexões. A  narrativa sob a perspectiva de uma criança no contexto histórico da Segunda Guerra Mundial, perdas e traumas tornaram a leitura rápida e envolvente,  mas infelizmente esses aspectos não foram suficientes para me tocar tão intensamente como pensei que tocaria.  Correndo o risco de ser injusta com a obra de Clare Vanderpool, confesso que tenho muita dificuldade em me aprofundar em histórias de aventura e fantasia por não acreditar que estas histórias são de fatos "reais" ou plausíveis. A aventura dos personagens Jack e Early me pareceu muito infactível, chegando até mesmo a considerá-la como fruto de um sonho, e a soma de alguns acontecimentos quase beirando o delírio. Aqueles que gostam de livros desse gênero podem ter uma opinião bem diferente da minha e valorizar de fato a história. 


Opinião da Cá - Coelho da Lua
Termômetro: Envolvente
Early e Jack me conquistaram desde o começo: são personagens carismáticos e cada um à sua maneira, tenta superar a dor da perda de pessoas queridas. 

Apesar de as aventuras dos dois serem bastante fantasiosas, e em alguns momentos eu achar que eles estão sonhando ou em algum tipo de transe, o livro me tocou de alguma forma. Com seus sermões e tiradas sarcásticas, a autora permite reflexões sobre como lidar com o outro e o quanto é preciso respeitar as diferenças. 

A leitura foi muito rápida e nem percebi o livro acabando. Early e Jack deixarão saudades.


Termômetro: Envolvente
Opinião da Bia - Books and Birds
Intrigante, envolvente e sensível! Uma história que te fará perder a noção do tempo e que promoverá uma reflexão acerca da vida e suas particularidades!

Early Auden e Jack seguem rumo a uma cruzada, ou quase isso, pois o segundo insiste em mencionar que apenas está acompanhando, que na verdade a ideia e vontade são apenas de Auden. A cada novo passo, são mescladas três histórias: a dos jovens que estão a procura de um urso, a trajetória de Fish Auden na guerra e a história de Pi, que segundo Early não é apenas um número, ele o vê como formas, cores e texturas e ao contrário do que dizem, não é finito.

Os capítulos são alternados entre a história de pi, que Early conta a Jack e o enredo atual. A linha que separa ambos os acontecimentos é tênue. O amigo de Jack possui uma rotina e costumes muito bem organizados. Com sua convicção e inocência acerca de tudo, ele acredita piamente no que encontrará ao final do percurso. Jack, ao contrário, fica dividido durante a viagem toda, até chega a ficar confuso quanto ao que é realidade e o que é ficção.

Recordei-me de um livro e de um filme ao ler esta história: A Ilha Perdida, pelo enredo instigante e As Aventuras de Pi, talvez pelo fato de mesclar água, canoa e uma aventura, haha! Por fim, finalizo mencionando o quão incrível é este livro! Sabe quando faltam palavras para descrever algo que te surpreendeu de forma positiva!? Uma escrita e um enredo muito bem desenvolvido! Há muito o que se ponderar quanto as entrelinhas, super recomendo!


Minha opinião - Bookaholic $em Grana
Termômetro: Envolvente
O que mais me encantou na escolha do livro do Quatro por 4 desse mês foi a forma como o destino usou para unir coisas singelas. Abril é o mesmo onde trazemos a atenção das pessoas para o autismo e para aqueles que possuem essa doença e o Early, um dos nossos queridos protagonistas, é autista(o termo não é utilizado devido à época em que se passa a história). De início, eu me apaixonei pela criação dos personagens. Early e Jack ganharam um imenso espaço no meu coração, com grandes ensinamentos sobre qual é a verdadeira dificuldade de lidar com outro alguém. Outro aspecto que adorei foram os capítulos dedicados a Pi(sim, o número), querido amigo inventado por Early e que também tem sua própria história a ser contada. A autora usou de profundidade para nos envolver na história e nos faz olhar para temas como luto, dor, diferenças fazendo uso de metáforas interessantes e um sarcasmo cômico em diversas horas. Apesar disso, de alguma forma senti que Clare acabou se apressando no fim da história, mas nada que tenha atrapalhado. No fim, acabei em lágrimas: tanto de felicidade pelos ensinamentos incríveis quanto pela saudade que vou sentir de Early, Jack e Pi.



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quarta-feira, 3 de abril de 2019

Quadrinhos no MIS

Hey, bookaholics! Como vocês estão?
Hoje eu resolvi trazer um post diferente mas sobre um assunto super legal, principalmente pra galera que curte o assunto de: HQ e Quadrinhos!!



QUADRINHOS - A EXPOSIÇÃO




Muitas vezes quando uma pessoa pensa em exposição, pensa em algo chato e tediante que vai levar hooooras. Pois é, isso ainda é bastante comum, mas as exposições atuais têm apostado bastante em temáticas diferentes e em diferenciais(como a interatividade, por exemplo) para conquistar um público cada vez maior e mais diverso.

E é exatamente isso que temos aqui no MIS, o Museu da Imagem e do Som que fica no bairro Pinheiros em São Paulo/SP. A exposição #QuadrinhosnoMIS teve toda a sua cenografia montada pela Caselúdico (a mesma que fez o Castelo Rá-Tim-Bum no Memorial da América Latina), que fez um trabalho incrível. Tem milhares de quadrinhos e personagens e é bastante fácil se perder e/ou maravilhar em meio a tanta informação.



Diversos quadrinistas são prestigiados pelas paredes e salas da exposição. Artistas brasileiros, latinos, europeus. O mundo dos quadrinhos está todo num lugar só. Inclusive, temos uma sala inteira reservada só para os amantes do Mangá. O lado oriental está muito bem representado em uma sala grande com direito à cortina de mangás e elementos cenográficos interativos para foto.





Falando em interatividade, isso é algo bem presente em diversas áreas da exposição, o que te deixa cada vez mais imerso na cultura e no universo do HQ. Muitas salas também expõe trechos dos quadrinhos, tirinhas, primeiras edições. É bem possível de ler e dar boas risadas.


Como tudo que envolve o universo dos quadrinhos, DC e Marvel estão ali com salas uma de frente pra outra num embate acirrado, porém devo admitir que a sala da DC deixa a da Marvel bem sem graça. A imitação da BatCaverna ficou muito linda e bem feita. A sala da Marvel, entretanto, está cheia de inúmeras referências a todos os seus filmes (dica: fique de olho no homem-aranha que está nessa sala!).

Com uma proposta diferente e muito legal, a exposição é linda e super bem montada. Recomendada desde os pequenos aos aposentados, cada qual com seus motivos. Ao fim do passeio, dá pra passar na lojinha da exposição do lado de fora do museu (oras, só uma olhadinha) e depois passear pela Augusta ou as ruas próximas, um passeio pro dia inteiro.

Lembrando que a exposição #QuadrinhosnoMIS vai até o dia 26 de maio. O museu funciona das 10h às 20h, de terça a sábado e das 9h às 18h aos domingos e feriados. Às terças, a entrada é gratuita (sendo sujeita a disponibilidade de horário). Nos demais dias, o preço do ingresso inteiro é R$30 e a meia-entrada sai por R$15. Quem for, não esquece de voltar aqui e me contar o que achou! Um grande beijo e até o próximo post.
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segunda-feira, 1 de abril de 2019

Crisálida - Andressa Tabaczinski

Título Original: Crisálida
Título: Crisálida
Livro Único
Autor(a): Andressa Tabaczinski
Editora: Oito e Meio
Sinopse: Após uma tempestade, o corpo da jovem Amélia Moura, filha de um importante deputado do Paraná, é encontrado em meio às araucárias, em uma região afastada do centro de Curitiba. Em seu pescoço, marcas de esganadura revelam que alguém teve a intenção de colocar fim à sua vida. A investigação, precocemente arquivada por falta de evidências de um crime, é então reaberta, colocando como suspeitos os pais da jovem, seu ex-noivo, o empresário Rafael Salvatori, e a amiga com quem ela dividia o apartamento.
Alternando um narrador em terceira pessoa, que acompanha as investigações protagonizadas pela delegada Ana Cervinski e pelo policial Júlio Bragatti, com uma escrita em primeira pessoa, narrada pela própria jovem antes de morrer, vamos ficando cada vez mais próximos da verdade.
Quem terá colocado fim à vida de Amélia? Em que uma jovem professora de literatura, reservada e solitária poderia ameaçar os interesses de alguém? Através de um mergulho na geografia e nas tradições de Curitiba, cidade que hoje encontra-se em evidência devido aos últimos acontecimentos políticos do país, Andressa Tabaczinski constrói um thriller sensível e eletrizante. Uma reflexão sobre nossas contradições mais profundas, com um mistério que se sustenta até o final.

Quando eu descobri Crisálida, o primeiro motivo a me fazer querer ler esse livro foi o mistério. Eu sou apaixonada por qualquer policial, então livros com investigações costumam me ganhar fácil. Apesar disso, eu demorei um tempo até realmente procurar ler esse livro e poxa, que tempo perdido foi esse.

A história de Amélia é narrada entre flashbacks da vida dela e cenas depois que seu corpo é encontrado. Eu acho muito fácil pro autor se perder durante esse tipo de escrita, narrando fatos no passado antes ou depois deles serem descobertos no presente, fazendo com que o livro perca um pouco a graça. Bom, isso não aconteceu aqui. A investigação rolava enquanto Amélia ia nos contando os fatos de sua vida e nada se precipitou.

No começo (os primeiros 5 capítulos, mais ou menos), eu senti grande dificuldade de me envolver na história. Os personagens eram muito superficiais, o cenário era raso e o livro simplesmente não conseguia me agradar. Lá pra metade do livro acabei me prendendo mais na história, mas com o maior foco em descobrir o que iria acontecer com a vida de Amélia (a menina cria umas reviravoltas na própria história que minha nossa) e também para descobrir quem e porquê deu um fim à vida de nossa protagonista.

Eis que o mistério é descoberto e o único pensamento que me veio à cabeça foi: podre. Não da história e não do final. Mas do ser humano. O ser humano, as pessoas, nós. O assassinato de Amélia expressa uma realidade trágica na vida de milhares de jovens brasileiros todos os dias. O final do livro me fez chorar muito. Em nenhum momento me senti extremamente tocada pela história, mas a verdade que é expressada no final do livro corta o coração, principalmente daqueles que acreditam que o amor é a maior cura e força existente.

Se eu recomendo o livro? Oras, sem um piscar de dúvidas. Crisálida é uma história a ser lida por aqueles que precisam de um choque de realidade sobre sua hipocrisia. Pode ser para aqueles que, por mais triste que seja isso, precisam saber que não vivem essa realidade cruel sozinhos (meu desejo é que ninguém viva isso) e também para aqueles que só querem um policial rápido e fácil de ler, com um final criativo que sai da maioria dos clichês que já nos acostumamos.

Quem ler o livro ou já leu, não esquece de comentar aqui o que achou. Espero que vocês tenham gostado e que eu tenha conseguido expressar minha opinião como desejava. Até o próximo post, Bookaholics!





PS.: Só mais uma coisa: o assassinato da Amélia, como dito na sinopse, foi estrangulamento. Ao ler o livro vocês vão entender melhor isso. Mas lembrem-se:

Denuncie qualquer tipo de violência. A denúncia pode salvar uma vida!

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